terça-feira, 29 de julho de 2014

Conjuminar

o silêncio dos bons, não o grito dos maus, é o que me dá medo:
 agir mentalmente, social/mente, mudar a mente e ser mudança a cada instante: Cidadão ensinante, Cidadão aprendente: Espirituais...mentes

com e em  M.L. King

cântico

existo apenas enquanto vivo na presença da ilusão impermanente de meu trabalho no tempo

domingo, 13 de julho de 2014

...não vai dar tempo, nem contratempo, nem síncope...

..."É bom lembrar que tempo não existe em nenhuma dimensão! O tempo é tão-somente um artefato produzido por nossa mente consciente. Tal qual quando se compra um livro, toda a história já está nele contida, mas ao lê-lo, criamos uma impressão de seqüência temporal que simplesmente não existe. Sendo assim, o que chamamos de "presente", "passado" e "futuro" já existe dentro de nós, tal qual um livro já traz em si todas as suas páginas. Em qualquer dimensão da existência essa não-realidade do tempo é a mesma. Para piorar, sabemos que mesmo esse tempo psicologicamente gerado não é linear como supõe nossa atual ciência, mas é antes circular e multifacetado, como já o percebem os físicos teóricos mais libertos dos raciocínios viciosos. O futuro e o passado são exatamente a mesma realidade, tão imediata quanto o presente."...

guitarra al aire

no silêncio me desaprisiono do movimento sem fim. e recupero o poder da ação
Extraído de "O MELHOR GUITARRISTA DO MUNDO
Manual Prático do Guitarrista Teórico (Entre Outras Mentiras)"

A guitarra e o guitarrista se confundem, se fundem e se misturam. Strato Clapton, Slash Les Paul, Randy Rhoads Randy Rhoads...
Suas imagens somadas alçam vôo no imaginário romântico e elitizado dos fans de música, de guitarra, e da música de guitarrista. Poucos instrumentos e instrumentistas habitam um olimpo tão cultuado como o da guitarra em nossa cultura pop/ocidental messiânica de mercado. Competimos com o cantor, o super violonista, o sax, o super baterista de metal...
Tradicionalmente o guitarrista encarna (ou re-encarna) o virtuosismo dos instrumentos “difíceis”. E existe instrumento fácil? A vida não é fácil. Músicos de orquestra e seus instrumentos que demandam horas de prática e uma vida dedicada à formação musical, como o violino, o piano, a percussão sinfônica. Instrumentos que possuem sua respectiva (grande) música de concerto que sempre exige alta performance e graduações acadêmicas diversas.
E a guitarra é um símbolo do novo e ousado ainda? Não sei, mas jogos virtuais de explodir notas coloridas ao ritmo de “clássicos do rock” podem manter músicos de quarto ocupados praticando seus scores tanto quanto guitarristas de verdade praticando escalas para pagar contas. Por amor a arte.
A guitarra é um ícone? Uma paixão? Uma afirmação filosófica? Um baita negócio? A guitarra já nasceu imortal; divide com o violino Paganínico e o Jazz de todas as eras o altar dos mestres da música individual. Lobo solitário ou integrante de uma (ou mais) bandas o Guitar Hero fala alto, e rápido. Uma velha facção preconceituosa da música escrevível dizia que era fácil fazer um guitarrista tocar devagar: basta colocar uma folha de pauta na frente dele... e que para fazê-lo parar de tocar totalmente bastaria escrever um pouco de música na tal pauta. Que injustiça. que preconceito. Que ciumeira, hehe.
Pra que ler se é mais fácil tocar e fazer sucesso? Gente,
tem gente que nasceu pra estudar, tem gente que nasceu pra tocar. E tem gente que estuda o que toca pra outros escreverem depois. Na história. Jimmy who?
As cordas elétricas difundiram-se pelo ar, pela terra, pelo vácuo. Seja por tradição “oral”, tablaturas de todas as eras ou influências inpiradoras gravadas em mídias que datam da invenção da própria guitarra ou de antes. A guitarra elétrica de George Harrison travou sua última disputa com la guitarra classica de Andrés Segovia em uma outra era. Una era que no és mas posible.
No entanto, neste exato momento, um garoto (a) Asiático prepara-se para tomar de assalto o you tube com mais uma performance Mozartiana digna de compartilhamento. Pois tocar guitarra não é fácil... Ou é?
O Composer Hero de hoje talvez tenha uma desvantagem Freudiana no mercado das vaidades musicais: enquanto o pensar a música é uma qualidade aparentemente menos braçal que tocar um instrumento fálico e eletrizante lembremos que o próprio Freud já dizia: “Às vezes um charuto é apenas um charuto”.
E enquanto você lia isso ao invés de praticar guitarra, John Willians percebeu por su lavoro mental mais um quarto de milhão de doláres... sem precisar sequer afinar uma guitarra.
Que sem graça não?